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Troca de ministro na Argentina não deve resolver crise

Para professor, há desconfiança se governo cumprirá compromissos

14 de julho de 2022

Foto: Twitter

Ao anunciar um pacote de medidas, a recém empossada ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis (foto), afirmou que o governo tentará retomar o “equilíbrio fiscal”. De acordo com Leonardo Trevisan, professor de economia e relações internacionais na ESPM, a crise no país tende a piorar. Para ele, o quadro não é diferente na relação comercial da Argentina com o Brasil.

“No curto prazo, pouco vai mudar. Principalmente, porque já mudou ao longo dos últimos três anos. O Brasil perdeu para a China o posto de maior exportador para a economia argentina em 2021, quando Pequim dominou 21,4% das importações argentinas. O Brasil diminuiu 20%. É a primeira vez na história”, aponta Trevisan.

Para o especialista,  o setor que estará mais exposto será o automobilístico. “Todo o processo de integração de cadeias produtivas com o país vizinho está cada vez mais ameaçado. Reduzir o alto déficit fiscal do país e acalmar os mercados financeiros, em meio à crise financeira e política que o país atravessa é a meta do governo argentino”, diz.

Trevisan ressalta que a Argentina trocou o ministro, mas não trocou de problema. A confiança de que o governo cumprirá com seus compromissos, internos e externos, se não sumiu, ficou bem menor. “A nova ministra da Economia, Silvina Batakis, garantiu que seguirá o mesmo caminho do anterior, vai preservar a meta de respeitosos 2,5% de déficit público. Não vai aumentar o imposto de exportação, para ‘arranjar’ dólares, e não vai desvalorizar o câmbio. Ninguém acreditou. No fim de semana, todos os preços na Argentina tinham subido 20%. A ministra jurou que vai manter todos os compromissos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas, é possível perceber que o mercado, interno e externo, já precificou uma catástrofe”, finaliza.

Foto: Twitter / Reprodução

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