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Em livro, juristas debatem os 10 anos da Lei Anticorrupção

Lançamento acontece na Livraria da Vila, no Shopping JK

19 de fevereiro de 2024

No próximo dia 21, em São Paulo, será lançado o livro “Lei Anticorrupção em Debate – Balanço de seus 10 anos”, uma publicação da editora Juruá, organizada por Rodrigo Mudrovitsch, Giuseppe Giamundo Neto e Roberto Piccelli. Com o prefácio do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a obra reúne uma série de artigos elaborados por diversos juristas, os quais analisam a experiência da aplicação da Lei 12.846.

Os coautores desta coletânea se propõem a fornecer uma análise profunda do sistema de controle estabelecido pela Lei Anticorrupção. “Sua leitura é fundamental para conhecer a opinião daqueles que dominam o funcionamento prático do sistema regido pela lei e têm meditado sobre os caminhos para aprimorá-la”, ressalta o ministro Gilmar Mendes, em seu prefácio.

A Lei Anticorrupção, aprovada após os protestos de junho de 2013, representa um avanço significativo ao prever a responsabilização objetiva de empresas que praticam atos lesivos contra a administração pública, tanto nacional quanto estrangeira, no âmbito civil e administrativo. 

Um dos artigos traz a assinatura do advogado criminalista e doutor em direito penal pela USP, Conrado Gontijo, que analisa o valor probatório das informações produzidas no âmbito de acordo de colaboração premiada e de acordos de leniência. Ressalta o autor, após fazer uma análise das normas aplicáveis à matéria e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ser inviável, na sistemática de responsabilização instituída pela Lei Federal nº 12.846/2013, “a instauração de processo administrativo de responsabilização (PAR), o início de ação judicial, a decretação de medidas cautelares e a prolação de decisões condenatórias, em feitos nos quais as declarações apresentadas por lenientes não forem ancoradas em outros elementos de prova autônomos”.

Acordos de leniência

Outro artigo é do professor da USP e do IDP (Brasília) Gustavo Justino de Oliveira, em parceria com o também professor Otavio Venturini.  Em “A revisão dos acordos de leniência no contexto da Lei Anticorrupção”, os autores discutem a natureza jurídica dos acordos de leniência, o caráter normativo, bem como parâmetros para validade jurídica e revisão dos acordos.

O ponto de partida do artigo são os debates recentes que colocaram em discussão o regime de validade jurídica e a possibilidade de revisão dos acordos de leniência celebrados durante a Operação Lava Jato.

Em recente decisão, o ministro André Mendonça, do STF, convocou empresas investigadas pela Lava Jato e autoridades públicas para uma audiência de conciliação com o objetivo de rever os acordos de leniência firmados pela força-tarefa até 2020.

“Os acordos de leniência para serem válidos deverão: (i) cumprir elementos gerais de competência, objeto lícito e forma prescritos em lei; (ii) observar o conjunto de normas que estabelecem o seu regime jurídico; e (iii) seguir parâmetros que informam a sua finalidade de apresentar-se como instrumento hábil a garantir uma colaboração efetiva e o resultado útil do processo”, afirmam os autores.

O lançamento do livro acontecerá na Livraria da Vila, localizada no Shopping JK, com início às 18h30.

 

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