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Burnout Digital afeta empresas e colaboradores

Advogado dá dicas para que o empregador saiba identificar e orientar funcionários

31 de agosto de 2023

burnout

A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional causado pelo estresse crônico no trabalho. Os principais sintomas são exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional. O trabalhador se sente esgotado física e mentalmente, perde o interesse pelo ofício e colegas, se sente incapaz e sem reconhecimento.

Com o avanço da tecnologia e da digitalização do trabalho surgiu também o Burnout Digital. “Se refere ao esgotamento causado pelo uso excessivo de dispositivos digitais, como celulares, computadores, redes sociais e outras plataformas online, intensificado após a pandemia e a necessidade do trabalho em casa”, conta o advogado Fabiano Abagge, do escritório Salamacha, Batista, Abagge & Calixto – Advocacia.

A sobrecarga de informações, as demandas constantes e a sensação de nunca estar desconectado do trabalho ou das redes sociais são os principais causadores do Burnout Digital e as consequências são similares em ambas as síndromes.

“O Burnout Digital pode afetar tanto os profissionais que trabalham em regime presencial quanto os que estão em regime remoto ou híbrido. As empresas precisam estabelecer horários fixos para começar e terminar, definir prioridades e metas claras para cada dia”, diz.

Doença ocupacional

A Síndrome de Burnout foi reconhecida como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Classificação Internacional de Doenças (CID 11)12. Ou seja, os trabalhadores com o distúrbio têm direito ao afastamento por licença médica, estabilidade e, em casos mais graves, a aposentadoria por invalidez. Além disso, a Síndrome de Burnout pode ser considerada um acidente de trabalho, o que dá direito ao trabalhador de receber o auxílio-acidente, benefício pago pelo INSS.

De acordo com Abagge, o Burnout pode afetar qualquer profissional que esteja sob alta demanda, pressão, cobrança ou falta de apoio no trabalho.

“As empresas precisam ficar atentas aos seus funcionários e investir em clareza nas expectativas, feedbacks constantes e positivos, proporcionar autonomia e saber que existe equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, esclarece.

O distúrbio pode causar ansiedade, depressão, aumento do consumo de álcool e drogas, isolamento social, conflitos interpessoais, dores de cabeça, insônia, fadiga e até mesmo problemas gastrointestinais e cardiovasculares.

“É normal que a qualidade do serviço prestado diminua, assim como o atendimento ao cliente pode ser impactado. Outro ponto é a perda da criatividade e até mesmo prejuízos financeiros e para a imagem da empresa”, finaliza Abagge.

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