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Legislação pode dificultar repatriação do patrimônio de Dario Messer

Transferência de valores do Paraguai não deverá ser simples, dizem advogados

24 de agosto de 2020

Grande parte do patrimônio do doleiro Dario Messer está no Paraguai. Este mês, ele fechou um acordo de delação premiada com a Justiça brasileira e se comprometeu a devolver aos cofres públicos cerca de R$ 1 bilhão. Segundo advogados ouvidos pelo Valor, essa transferência de valores não deverá ser simples. Isso porque não existem precedentes semelhantes entre os países da região.

Para o advogado André Damiani, especializado em direito penal econômico, há um conflito de interesses porque o Estado paraguaio também é merecedor de reparações. Segundo ele, será preciso a anuência do governo paraguaio abrindo mão de parte do prejuízo, ou, ao contrário, buscando se ressarcir de prejuízos.

Já para Claudio Bidino, mestre em criminologia e justiça criminal pela Universidade Oxford, “não se pode contar que 100% de Messer lá, notadamente o imobiliário, seja arrematado em leilão, vendido e que esses valores sejam destinados aos cofres brasileiros. Me parece um pouco utópico”.

Ainda de acordo com Bidino, em casos como esse o que determina a dificuldade da repatriação é a legislação do país onde estão os bens. “É preciso saber o que diz a lei paraguaia na ausência de acordo.” Como no Paraguai não há lei para esse tipo de caso, confirma-se a visão de Aras sobre uma solução ‘ad hoc’”.

Foto: Reprodução

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