Notícias

Cade considera ‘complexa’ operação de venda da Oi Móvel

Nota técnica pede investigações adicionais sobre poder de mercado de Claro, TIM e Vivo

26 de julho de 2021

Foto: B3 / Divulgação

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) declarou a operação da venda de ativos móveis da Oi às concorrentes Claro, TIM Brasil e Vivo como “complexa”, em despacho publicado na sexta-feira.

“Isso é uma indicação importante de que a operação levanta preocupações concorrenciais e exige, portanto, análise muito mais detalhada”, diz o advogado Ademir Pereira, sócio do escritório Advocacia José Del Chiaro. Pereira representa uma das partes interessadas no caso, a NEO, associação que reúne cerca de 180 provedores regionais de acesso à internet.

Assinado pelo superintendente-geral interino do Cade, Diogo Thomson de Andrade, o despacho determina “a realização das diligências indicadas” em nota técnica (14/2021) com data de 23 de julho. A nota técnica informa que são necessárias investigações adicionais com o objetivo de avaliar a probabilidade de exercício de poder de mercado pelo grupo formado pelas três operadoras rivais da Oi quanto aos 54 códigos de área (DDDs) nos quais a operação resulta em concentrações superiores a 2.500 pontos. A pontuação está relacionada ao Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI), que mede a concentração de mercados.

A nota informa ainda que é preciso avaliar se os demais ativos alienados pelo Grupo Oi podem ser considerados mercados relevantes separados daqueles do Serviço Móvel Pessoal (SMP). E determina ainda a necessidade de aprofundar a análise acerca da rivalidade remanescente no mercado de SMP e dos possíveis incentivos ao exercício de poder coordenado entre Claro, Tim Brasil e Vivo, inclusive de estratégias de acomodação (diminuição da concorrência), em caso de aprovação da operação.

“A concentração é alta, as barreiras à entrada são elevadas e a rivalidade, ou competição remanescente, parece ser insuficiente”, disse Pereira.

A NEO e outras associações representantes de operadoras de menor porte e dos consumidores defendem alternativas à operação em análise pelo Cade e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Notícias Relacionadas

Notícias

Sanções da LGPD finalmente entram em vigor, mas ‘de leve’ no começo

ANPD já se manifestou no sentido de que não vai buscar atuação no propósito puramente punitivo

Notícias

Empresa é condenada por furto de pertences de trabalhador em armário

Lacre de porta foi violado e mochila do funcionário aberta