Opinião

Venda dos ativos judiciais do Master: o desconhecido que incomoda

Aquisição de ativos do Master pelo BTG Pactual reacendeu os debates em torno do mercado de créditos judiciais

16 de junho de 2025

Por Mairrana Maia*

A aquisição dos ativos judiciais do Master pelo BTG Pactual, noticiada recentemente, reacendeu os debates em torno do mercado de créditos judiciais. Assim como os julgamentos apressados que essa operação voltou a provocar.

Críticas à qualidade dos ativos do Master não são novas. Numa tentativa de rotular um portfólio complexo, alguns o classificam como de “créditos ruins”. Mas a avaliação exige leitura técnica e compreensão sistêmica das dinâmicas processuais e econômicas que envolvem precatórios e direitos creditórios. O que se vê com frequência é a ausência de conhecimento de causa.

O mercado de ativos judiciais ainda é, para muitos, um território desconhecido. E o desconhecido — como nos ensina a psicologia comportamental — tende a gerar desconforto.

O ingresso de uma instituição do porte do BTG Pactual reforça uma verdade incontornável: há valor técnico, estratégico e financeiro em carteiras bem estruturadas de créditos judiciais. Instituições sérias não alocam recursos sem diligência ou análise criteriosa. É uma demonstração de confiança em um mercado que, aos poucos, vai ganhando robustez, regulação e amadurecimento.

A operação entre Master e BTG é, portanto, um marco. Ela simboliza mais do que uma transação. — Representa o avanço de um segmento que faz parte da realidade da economia brasileira e que, com o tempo, deixará de ser visto com desconfiança por aqueles que ainda resistem a compreendê-lo.

*Mairrana Maia é Diretora Jurídica da Sociedade São Paulo de Investimentos

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