Opinião

Razões que levaram o BC a criar a nova nota de R$ 200

Meios digitais e o dinheiro físico podem conviver de formas complementares

1 de setembro de 2020

Por Fernando Rei*

Artigo publicado originalmente no Último Instante

Em épocas de crise, como a ocasionada pela pandemia do COVID-19, aumenta a confiança da população no dinheiro em espécie, o que pode ser observado pelo fenômeno do entesouramento, ou armazenamento de dinheiro em casa, que ocorreu em diversos países.

Na Europa, a demanda por dinheiro aumentou em abril, apesar das medidas de lockdown. Em países como a Alemanha e a Áustria, os Bancos Centrais nacionais reportaram aumento de saques; enquanto, na Inglaterra, o valor médio sacado por semana aumentou 27%, de £81 para £103.

No Brasil, não há dúvidas de que a pandemia alterou de maneira significativa a relação da população com o dinheiro em espécie. Além de conferir segurança aos brasileiros, as cédulas possibilitaram que 20 milhões de pessoas desbancarizadas tivessem acesso ao auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal. Foi responsável também por manter operantes pequenos comércios que ainda não aderiram aos pagamentos digitais, e as trocas comerciais em regiões afastadas dos grandes centros.

A nova nota de R$ 200,00 corrobora com a importância do meio circulante para o futuro da sociedade. Também representa um aceno de que os meios digitais e o dinheiro físico convivem, longe da questão de que um substituirá o outro.

Cada um deles terá, e manterá, sua função na economia do país. Como bem atestou Carolina de Assis Barros, diretora de Administração do BC, “a participação do dinheiro cresce em todo o mundo e, mesmo naqueles países onde há meios de pagamento digitais já bastante evoluídos, o dinheiro possui uma importância bastante significativa”.

O ITCN está atento aos desdobramentos desse contexto e apoia a criação e circulação da nova nota de R$200,00.

*Fernando Rei é presidente do Instituto de Estudos Estratégicos de Tecnologia e Ciclo de Numerário (ITCN)

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